Hannah Warren não conseguia respirar sozinha.
Tratamento experimental foi feito com as próprias células da garota.
Uma menina de dois anos nascida na Coreia do Sul recebeu uma nova traqueia produzida a partir de suas próprias células-tronco, tornando-se a paciente mais jovem do mundo a ser beneficiada com o tratamento, afirma a agência Associated Press. Os médicos anunciaram nesta terça-feira (30) ter sinais preliminares que mostram que a nova traqueia está funcionando, apesar de a garota ainda respirar com a ajuda de um sistema artificial. Atualmente, ela está se recuperando do procedimento.
Nascida em 2010, filha de um pai canadense e de uma mãe coreana, Hannah Warren não conseguia respirar, comer, beber ou engolir sozinha desde que veio ao mundo por não possuir traqueia, diz a agência. Ela passou a vida toda em um hospital da capital coreana, Seul, antes de ser submetida ao tratamento experimental.
A cirurgia de implantação da traqueia foi realizada no dia 9 de abril e levou nove horas para ser concluída, segundo a agência de notícias. Os médicos dizem esperar que a garota possa deixar no futuro o hospital e ter uma vida normal. "Nós sentimos como se ela tivesse renascido", disse o pai de Hannah, o canadense Darryl Warren, à Associated Press.A cirurgia foi realizada em um hospital de Illinois, nos EUA. As células-tronco para a produção da nova traqueia foram obtidas da medula óssea de Hannah, extraídas com uma agulha inserida em um osso do quadril da criança.Com a ajuda de um suporte plástico especial, as células foram cultivadas e reproduzidas pelos pesquisadores. De acordo com o jornal "New York Times", a produção da traqueia utilizou o tubo de fibras de plástico com diâmetro de meia polegada, banhado em uma solução com as células-tronco da menina. O novo órgão é uma combinação do suporte plástico e das células-tronco, segundo o jornal.
Em um mês
Warren disse esperar poder levar a pequena Hannah para casa pela primeira vez em cerca de um mês - ela faz 3 anos em agosto. "Vai ser maravilhoso para nós finalmente nos reunirmos como uma família", disse ele à Associated Press.
O tratamento contou com um cirurgião italiano que atua na Suécia, Paolo Macchiarini, pioneiro no uso de células-tronco para a produção de tecidos da traqueia. Outro médico, Mark Holterman, ajudou a obter o tratamento nos EUA sem custos para a família, com apoio de instituições de caridade.
Macchiarini já participou de 14 cirurgias de traqueia que envolveram o uso de células-tronco dos pacientes, diz a Associated Press. Nove usaram suportes produzidos a partir de traqueias de cadáveres e cinco contaram com aparatos similares ao usado em Hannah, mas foram operações realizadas em adultos.
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