quarta-feira, 8 de maio de 2013

“Eu tenho algum problema mental”, diz homem que assumiu ter matado mulher e deixado corpo em mala

Pintor, de 40 anos, fugiu para a zona leste após o crime, mas foi preso na terça-feira (7)
Com frases confusas e afirmando não lembrar direito do crime que assumiu ter cometido, o pintor Leomar Martins Costa, de 40 anos, falou, na terça-feira (7), após ser preso, que iria se entregar. Ele confessou ter matado a empregada doméstica Valdirene Santana, de 22 anos, na madrugada de domingo (5), no bairro do Limão, zona norte de São Paulo. O corpo dela foi achado em uma mala, a 130 m da casa do pintor que, já na delegacia, tentou se justificar.
— Eu tenho algum problema mental.
Leomar e Valdirene se conheceram em um forró, na avenida Nossa Senhora do Ó. A vítima estava acompanhada da mãe, Estela Santana, e de amigas. A mãe disse que não suspeitou do homem.
— Ele botou o olho na minha filha, puxou ela para dançar. Ele parecia ser uma boa pessoa, alegre. Não estava bêbado, brincando, normal.
Pouco tempo depois, Valdirene avisou que já voltaria. Estela aguardou por algum tempo e passou a procurar a jovem, mas sem sucesso.
— Comecei a ficar inquieta, fiquei com medo, andava, não entrei mais no bar, andei para aqui, para ali. A colega querendo ir embora, que já estava tarde, eu falei, “não, sem ela eu não vou embora”.
Depois de esperar por quase três horas, a mãe da garota desistiu e voltou para casa. Ela afirmou não ter dormido durante todo o domingo. No fim da tarde, Estela procurou uma delegacia e foi orientada a retornar no dia seguinte, caso a garota não aparecesse.
— Ela nunca deixou a gente nessa agonia, então alguma coisa estava acontecendo.
Foi pela manhã que a família da doméstica suspeitou que algo ruim pudesse ter acontecido, ao ser informada pela vizinha sobre uma reportagem na TV, mostrando que o corpo de uma mulher tinha sido encontrado dentro de uma mala, no bairro do Limão. Eles procuraram a polícia e reconheceram Valdirene.
A vítima tinha diversos cortes profundos na barriga, além de uma marca em “X” na testa, possivelmente feita com uma faca. Ela estava envolta em um lençol branco, dentro de uma mala, abandonada na calçada.
Policiais do 40º Distrito Policial (Vila Santa Maria) foram até o local onde o corpo foi achado e conversaram com alguns moradores, segundo o delegado titular, Elder Leal.
— Uma vizinha ouviu a briga, a discussão, a menina gritando “para”. Depois não viu mais nada, porque ela não teve o campo visual, só auditivo.
Eles também apuraram que Leomar não havia sido mais visto. A mulher e a filha dele, que moravam na mesma residência, tinham ido para a casa de sua cunhada, na zona leste de São Paulo. O pintor ficou sozinho durante o fim de semana.
— Nós conseguimos falar com o dono da imobiliária, ele foi lá e abriu a casa. Depois, nós fomos até o serviço da mulher dele, no centro. Ela já não estava, mas ali nós colhemos algumas informações de que estaria na zona leste. Nos dirigimos para mais dois locais na zona leste e em um deles deu certo.
Ainda dentro da casa, os policiais encontraram uma faca com sangue, além de um chinelo e marcas de sangue no chão que combinavam com aquele tipo de pegada. Uma bolsa também foi achada. Os peritos do IC (Instituto de Criminalística) ainda vão analisar e emitir um laudo sobre o sangue e os objetos apreendidos.
A prisão
O pintor foi preso no fim da tarde de terça-feira (7), após quase três horas de campana de policiais. Ele estava limpando uma casa que tinha acabado de alugar, no bairro do Lajeado, extremo da zona leste. Ele estava na casa da cunhada, mas disse que não contou à mulher dele o que havia feito.
— Eu falei para ela que eu fiz uma loucura, aí ela ficou com medo de ir lá para casa. Eu só falei uma loucura, não contei para ela, não. Ela perguntou, mas eu não contei.
Leomar já era foragido da penitenciária de Itaí desde 2008, onde cumpria pena no regime semiaberto pelos crimes de roubo e estupro. Agora, ele deve responder também pelo crime de homicídio.



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